03759nam a2200181 a 450000100080000000500110000800800410001910000250006024500680008526000160015330000110016950001600018052031530034065000250349365000200351865000180353865000210355619051922014-07-30 2008 bl uuuu m 00u1 u #d1 aGARCIA, A. P. dos S. aA educação ambiental como intervenção no FLONA do Tapajós. a2008.c2008 a140 f. aDissertação (Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável) - Universidade Federal do Pará, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA. aAs intervenções de educação ambiental, semelhante às de extensão rural, tradicionalmente, se desenvolveram com vistas a alcançar determinados comportamentos do seu grupo-alvo. Essas intervenções surgiram a partir da necessidade de disseminar conhecimentos e/ou técnicas a este grupo com intenções de gerar a melhoria na sua qualidade de vida. A problemática que motivou a realização desta pesquisa é a de que apesar de ser verificado um grande número de projetos direcionados à prática de educação ambiental no Pará e, neste caso, na Floresta Nacional do Tapajós, os problemas ambientais se mantêm e se aprofundam. O foco principal desta dissertação são as intervenções que o Projeto Saúde e Alegria (PSA) realiza sob o rótulo de educação ambiental junto a populações tradicionais de uma comunidade pertencente a esta unidade de conservação. O referencial teórico que orienta este trabalho estabelece inter-relações com as categorias: educação ambiental, extensão rural e participação, que foram revisadas a fim de subsidiar o estudo, relacionando-as às intervenções desenvolvidas sob o rótulo de educação ambiental para compreender como estas ocorrem, como se dá o fenômeno da participação do grupo-alvo e suas interfaces com a extensão rural. O estudo evidenciou um descompasso entre os discursos dos técnicos do projeto e suas práticas, pois, apesar do desejo em realizar uma prática diferente, a exemplo dos espetáculos circenses para ressaltar o aspecto lúdico, acreditando desenvolver uma educação ambiental na perspectiva transformadora, os fundamentos da educação ambiental conservadora ainda estão muito presentes nessas intervenções. Semelhante ao que, tradicionalmente, se verifica nas intervenções de extensão rural, estes técnicos empregam considerável "fé" na informação e na transmissão de conhecimentos ao indicar comportamentos ecologicamente corretos, o que ocorre sem um processo de problematização da realidade. Essas intervenções não conseguem alcançar as mudanças de comportamentos pretendidas já que para tanto é necessário uma série de mudanças nos modos de pensar e de se comportar das pessoas, o que não se alcança pela mera transmissão de conhecimentos. Apesar do discurso dos técnicos apontarem o uso de metodologias participativas, a participação do grupo-alvo ocorre com a mediação destes, caracterizando-se em uma participação passiva, concedida e simbólica já que os processos demandam dos técnicos e os indivíduos são mantidos na ilusão de estarem realizando a participação política e social. A maioria das atividades que o projeto desenvolve sob o rótulo da educação ambiental são, na verdade, atividades ambientais. Apesar dos técnicos empregarem enorme intencional idade ao seu "fazer educativo" estes continuam reproduzindo as relações tradicionais de educação ao prescreverem normas de conduta no trato com a natureza, geralmente construídas fora do contexto do seu grupo-alvo, o que se insere em uma tendência que vem se processando no Brasil, que é o esvaziamento da educação ambiental. aEducação ambiental aExtensão rural aMeio ambiente aSociologia rural