07871nam a2200205 a 450000100080000000500110000800800410001910000210006024501120008126000160019330000120020950001190022152072390034065000120757965000100759165000170760165000170761865300190763565300110765415696102006-06-14 2006 bl uuuu m 00u1 u #d1 aWALTER, B. M. T. aFitofisionomias do bioma cerradobsíntese terminológica e relações florísticas.h[electronic resource] a2006.c2006 a373 f.  aTese (Doutorado em Ecologia) - Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, DF, Brasília, 2006. aNeste trabalho são analisadas as fitofisionomias do bioma Cerrado e sua flora associada. Bioma que comporta a mais rica savana do planeta, há mais de duzentos anos que ele vem sendo alvo de investigações biológicas diversas, entre as quais aquelas que pretenderam desvendar e definir aspectos estruturais que caracterizam a sua vegetação, em termos de paisagens e de espécies. O presente estudo focalizou as feições da vegetação decorrentes da flora nela presente, analisando a contribuição daqueles que pretenderam definir suas fitofisionomias. As análises apoiaram-se na terminologia, nas definições, conceitos e sistemas nomenclaturais publicados, e procuraram colocar em destaque os problemas que a nomenclatura e as diferenças conceituais representam para a conservação do bioma. Dividido em quatro capítulos, no primeiro deles o Cerrado é contextualizado entre as savanas mundiais, analisando o termo savana e suas diversas interpretações. A discussão conceitual sobre savana não possui interesse meramente acadêmico, pois sua definição influencia as práticas de conservação da vegetação pelos continentes. Diferentes autores, em diferentes partes do mundo, imputam significados diferenciados ao termo, obscurecendo a noção precisa do tipo de vegetação tratado, o que dificulta quaisquer comparações. No segundo capítulo é analisada a nomenclatura utilizada para carac~erizar a vegetação do bioma, incluindo sua área contínua, transições com outros biomas e disjunções. Considerando nomes usados desde o século XVIII até o presente, e sustentado em mais de 450 referências bibliográficas, foram compilados mais de 774 termos e expressões ou, em contagens conservadoras, 480 ou 438 nomes. A interpretação de vários autores e/ou trabalhos relevantes é comentada, aludindo os principais termos fitofisionômicos que cada um apontou, dando especial atenção aos autores mais antigos e às fontes efetivamente pouco consultadas por ecólogos e botânicos. Os nomes compilados não alcançam nÚmeros exatos (774? 480? 438?) pela abertura nomenclatural que vários sistemas de classificação possibilitam. Na prática, são nÚmeros ainda maiores. Porém, exatamente por serem muito altos é que se revelam numerosas redundâncias desnecessárias, cujas causas e conseqüênCias são analisadas, alertando-se para os prejuízos que esse "mar de palavras" pode acarretar para a causa da conservação do Cerrado. No terceiro capítulo é abordada a nomenclatura botânica e alguns sistemas de classificação, tendo por base nomes, números e casos da flora do bioma Cerrado. Apoiando-se na flora fanerogâmica e utilizando diretamente táxons altos (famílias, ordens e classes), dez sistemas de classificação foram comparados, cujo critério de escolha foi a sua proposição, adoção ou influência no Brasil no século XX, incluindo tendências atuais. As diferenças de interpretação respondem pelo altíssimo intervalo de variação encontrado, que fizeram os nÚmeros de famílias variar entre 132 e 180. Trata-se de um intervalo de 48 famílias para o mesmo conjunto de 11.046 espécies. As diferenças entre sistemas são analisadas quanto à circunscrição dos táxons altos, discutindo também casos de gêneros. espécies e os problemas que surgem na construção de uma lista de plantas. São analisadas algumas fontes destes problemas, finalizando com uma discussão sobre espécies raras e ameaçadas. Buscou-se, com o exemplo destas espécies, evidenciar problemas práticos advindos dessas diferenças de interpretação taxonômica e suas conseqÜências. No quarto capítulo é analisada a distribuição da flora do bioma nas suas diferentes formações e fitofisionomias. Também baseado naquele conjunto de 11.046 espécies, foram analisadas 37 fitofisionomias/ambientes quanto aos nÚmeros de espécies e hábito de crescimento. O maior nÚmero ocorreu no Cerrado sentido amplo (6.223 espécies, 138 famílias). seguido por florestas (destaque para Mata de Galeria) e campos. Os nÚmeros do Cerrado sentido restrito (1.855 espécies, 102 famílias) superaram todas as compilações anteriores. Quanto aos hábitos, foram analisadas as fitofisionomias/ambientes em que eles predominam e foi investigada a proporção de plantas arbustivo-herbáceas para as arbóreas. Essa proporção aumenta exponencialmente das formações florestais para as campestres, alcançando, no Campo Limpo, 131,1 espécies de arbustos e ervas para cada espécie arbórea. Ambientes de conceito amplo como Cerrado lato sensu, Mata ou Campo ainda relacionam diretamente 5.022 espécies, o que revela indicações de ocupação fitofisionômica excessivamente amplas ou incompletas. Faltam estudos florísticos nos Palmeirais, sendo insuficientes as informações sobre o Campo Rupestre (sentido restrito) e o Parque de Cerrado. Somente 6.024 espécies estão vinculadas a algum dos onze tipos fitofisionômicos de Ribeiro e Walter, das quais 282 são referidas para' as três formações (florestais, savânicas e campestres) do bioma. Estas representam as plantas com maior amplitude de ocupação fitofisionômica. No quarto capítulo é analisada a distribuição da flora do bioma nas suas diferentes formações e fitofisionomias. Também baseado naquele conjunto de 11.046 espécies, foram analisadas 37 fitofisionomias/ambientes quanto aos nÚmeros de espécies e hábito de crescimento. O maior nÚmero ocorreu no Cerrado sentido amplo (6.223 espécies, 138 famílias). seguido por florestas (destaque para Mata de Galeria) e campos. Os nÚmeros do Cerrado sentido restrito (1.855 espécies, 102 famílias) superaram todas as compilações anteriores. Quanto aos hábitos, foram analisadas as fitofisionomias/ambientes em que eles predominam e foi investigada a proporção de plantas arbustivo-herbáceas para as arbóreas. Essa proporção aumenta exponencialmente das formações florestais para as campestres, alcançando, no Campo Limpo, 131,1 espécies de arbustos e ervas para cada espécie arbórea. Ambientes de conceito amplo como Cerrado lato sensu, Mata ou Campo ainda relacionam diretamente 5.022 espécies, o que revela indicações de ocupação fitofisionômica excessivamente amplas ou incompletas. Faltam estudos florísticos nos Palmeirais, sendo insuficientes as informações sobre o Campo Rupestre (sentido restrito) e o Parque de Cerrado. Somente 6.024 espécies estão vinculadas a algum dos onze tipos fitofisionômicos de Ribeiro e Walter, das quais 282 são referidas para' as três formações (florestais, savânicas e campestres) do bioma. Estas representam as plantas com maior amplitude de ocupação fitofisionômica. A análise geral da flora mostra a necessidade de continuar a alimentação de dados à atual lista do Cerrado, indicando-se aqui o longo caminho que ainda deverá ser percorrido para que haja um conhecimento pleno sobre a flora do bioma. Porém, considerando as idiossincrasias das nomenclaturas botânica e fito geográfica, não se espera que este caminho seja retilíneo. muito menos harmonioso. Concordando com alguns autores que já se aventuraranl a opinar, nomenclatura não é uma disciplina racional. aCerrado aFlora aNomenclatura aTerminologia aFitofisionomia aSavana