06854naa a2200217 a 450000100080000000500110000800800410001910000200006024500430008026000090012330000200013250000140015252060270016665000240619365000350621765000130625265000220626570000190628770000130630677303170631913252152009-08-19 2001 bl uuuu u00u1 u #d1 aVALLE, C. B. do aMelhoramento de forrageiras tropicais. c2001 a5 p.c1 CD-ROM. aPalestra. aExistem registros comprovando que as plantas forrageiras, especialmente a alfafa, já eram cultivadas na agricultura primitiva, há mais de três mil anos. Em contraste com algumas gramíneas, como trigo e milho, e com leguminosas, como ervilha e alfafa, as cultivares forrageiras tropicais em uso, são, na maioria, muito próximas aos tipos selvagens, portanto pouco domesticadas e com processo de seleção e melhoramento ainda incipientes. A maioria das pastagens cultivadas no Brasil é composta por gramíneas de origem africana, tais como Brachiaria, Panicum, Pennisetum, Andropogon, (à exceção de Paspalum - importante gênero de gramíneas forrageiras nativo da América do Sul). As gramíneas mais difundidas no Brasil, como a Brachiaria e o Panicum e tambem o Paspalum se reproduzem essencialmente por apomixia. A origem africana e a presença de apomixia nestas espécies resultam em pequena diversidade natural para seleção e melhoramento no Brasil. A ausência de diversidade e o desconhecimento de aspectos básicos essenciais ao melhoramento, tais como níveis de ploidia e herdabilidade do modo de reprodução, retardou os trabalhos com estas espécies. Embora as gramíneas desempenhem um papel mais expressivo na produção animal nos trópicos, as leguminosas produzem, em geral, alimentos com melhor qualidade pela fixação de nitrogênio da atmosfera, conservam o valor nutritivo por período de tempo superior às gramíneas, e contribuem para uma longevidade maior das pastagens por melhorarem as características do solo. Espécies leguminosas temperadas, como a alfafa e trevos, são conhecidas pela alta qualidade e capacidade de produção, e tem já avançados programas de melhoramento genético. Stylosanthes spp. e Arachis pintoi, no entanto, são leguminosas nativas do Brasil com grande potencial mas com incipiente investimento no melhoramento, por ainda dependerem da identificação de ecotipos com elevada aptidão para uso em sistemas de cultivo exclusivo e consorciado a partir do germoplasma coletado.O cenário que se vislumbra na agropecuária moderna diante de pressões ecológicas, fundiárias e até mercadológicas, é de utilização sustentável dos recursos naturais, com otimização dos insumos e retornos financeiros. Neste contexto, as pastagens, que sempre foram relegadas a um plano secundário e normalmente ocupando solos de menor fertilidade, vêm merecendo crescente interesse e competindo com a agricultura por insumos e tecnologias. A intensificação desta atividade pressupõe o desenvolvimento de cultivares de forrageiras com melhor desempenho e eficiência na utilização dos insumos, daí a grande demanda por variedades melhoradas e adaptadas aos diversos ecossistemas pastoris do País.A seleção a partir da variabilidade natural em coleções tem sido o principal método de melhoramento utilizado para forrageiras no Brasil. Para muitas espécies nativas e exóticas, este processo continua válido e deverá ser responsável pela obtenção, a curto prazo, de cultivares superiores. Este método, apesar de simples e rápido, é finito, visto que se baseia apenas na avaliação da capacidade adaptativa de materiais coletados na natureza. Problemas como a acelerada destruição dos habitats das plantas forrageiras, com conseqüente perda de variabilidade natural, ou restrições ao livre acesso ao germoplasma e as leis de proteção de cultivares, indicam que o melhoramento de forrageiras via recombinação genética passará a se constituir na melhor opção na geração de novos cultivares. Os critérios de mérito para plantas forrageiras são complexos e demorados em serem determinados, pois é necessário considerar a complexa relação solo-planta-animal: da pressão de seleção sob pastejo depende a identificação de características forrageiras importantes, como o perfilhamento, a capacidade de competição e ressemeadura natural, a rebrota e a persistência da planta, bem como o consumo e transformação da forrageira em produto animal para consumo humano. Dessa forma, o objetivo do melhoramento não se restringe em obter uma planta mais produtiva, mas em conseguir maior eficiência na transformação da mesma em produção animal. Apenas a partir da década de 80, é que foram iniciados no Brasil, os primeiros programas de melhoramento per se: Brachiaria e Panicum (Embrapa Gado de Corte); capim-elefante (Embrapa Gado de Leite e Instituto Pernambucano de Agropecuária), alfafa (Embrapa Gado de Leite e Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e Paspalum e Andropogon (Embrapa Sudeste). As principais limitações inerentes ao melhoramento de forrageiras tropicais são: 1) Dificuldade de acesso ao germoplasma, visto que a maioria das espécies de gramíneas importantes é exótica; 2) Pequeno conhecimento sobre a variabilidade da maioria das espécies leguminosas nativas que apresentam bom potencial forrageiro; 3) Elevado número de espécies apresentando alta complexidade de estrutura reprodutiva (alogamia, autogamia, propagação vegetativa, apomixia) e níveis de ploidia (diplóides, triplóides, tetraplóides e hexaplóides); 4) Pequeno estoque de informações básicas sobre a biologia e a genética do material a ser melhorado (modo de reprodução, localização de genes, estudos sobre herança, etc.); 5) Necessidade de adaptação das metodologias de melhoramento e técnicas experimentais para muitas das espécies; 6) Baixo nível de domesticação das espécies, dificultando os procedimentos de melhoramento e a adaptação aos agrossistemas; 7) Presença de auto-esterilidade, impossibilitando a autofecundação em muitas espécies; 8) Sensibilidade ao fotoperíodo e isolamento reprodutivo temporal, dificultando a recombinação de muitos genótipos; 9) Deficiência na produção de sementes (deiscência, baixa viabilidade, florescimento indeterminado); 10) Demora na obtenção de novas cultivares decorrente da necessidade de avaliação com animais e persistência. aForrageira Tropical aMelhoramento Genético Vegetal aPastagem aPlanta Forrageira1 aPEREIRA, A. V.1 aJANK, L. tIn: CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE PLANTAS, 1., 2001, Goiânia. Anais... Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2001. (Embrapa Arroz e Feijão. Documentos, 113). Realizado no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, GO de 3 a 6 de abril de 2001. Editado por Élcio Perpétuo Guimarães.