04796nam a2200217 a 450000100080000000500110000800800410001910000230006024501320008326000490021530000110026449000450027552041140032065000100443465000330444465000250447765000090450265300200451165300160453165300310454712563522009-08-04 2008 bl uuuu 00u1 u #d1 aSILVA, R. M. A. da aEntre o combate à seca e a convivência com o Semi-Áridobtransições paradigmáticas e sustentabilidade do desenvolvimento. aFortaleza: Banco do Nordeste do Brasilc2008 a275 p. a(Série BNB Teses e Dissertações, 12). aA obra que agora colocamos à disposição do público é fruto de uma tese de doutorado sobre as principais perspectivas ou orientações paradigmáticas que vêm se construindo historicamente sobre o desenvolvimento do nosso querido Semi-árido brasileiro. O projeto de doutoramento realizado pelo autor no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília aborda uma questão que não é recente, mas nunca deixa de ser atual: Qual o desenvolvimento apropriado à realidade do Semi-Árido brasileiro. O que é inédito nessa obra é a forma da abordagem dessa questão: o caminho adotado de sistematização do processo histórico do que foi feito (políticas e ações) e do que foi dito ou proposto como solução para o desenvolvimento regional. A começar pelas ações governamentais e as práticas sociais, aquilo que foi feito, percebe-se claramente que são orientados por estratégias e diretrizes de um determinado tipo de desenvolvimento que se almeja alcançar. Enganam-se aqueles que acham que sempre faltou projeto político para a região, que não havia políticas públicas para o Semi-Árido. A obra explicita pelo menos três grandes fases nas políticas governamentais na região, para além das ações emergenciais, do início do século XX até o período mais recente: a política de combate à seca e aos seus efeitos, tendo por base a solução hidráulica; a política de modernização da economia sertaneja, com foco na pecuária empresarial e na agricultura irrigada; e a fase atual, de constituição de novos paradigmas de sustentabilidade interpretados na proposta da convivência com o Semi-Árido. O que se observa é que propostas alternativas de desenvolvimento sustentável na região, aquilo que foi dito, já conta um bom tempo. A obra resgata o "pensamento crítico" de alguns dos principais autores, ou "demiurgos" do Semi-árido. A começar por Djacir Menezes, passando pela vasta obra de Josué de Castro, de Guimarães Duque, cujas principais obras foram elaboradas na primeira metade do século XX; até autores mais recentes de proposições de políticas regionais de desenvolvimento, como Celso Furtado, Manuel Correia de Andrade, Otamar de Carvalho e Tânia Bacelar de Araújo. Esse pensamento hoje se resgata e se renova em um contexto de maior ou ampla valorização do paradigma universal e civilizatório da sustentabilidade do desenvolvimento. A consciência sobre as crises ambientais, dos efeitos atuais da devastação do Bioma Caatinga, sobretudo naquelas áreas que sofrem processos de desertificação, combina-se com a constatação da lentidão das mudanças sociais, como herança histórica persistente, e exige um repensar imediato sobre o futuro da vida nesse subespaço regional. É nesse contexto que novos atores entram em cena e passam a disputar os significados e sentidos da sustentabilidade do desenvolvimento, contextualizando-o no Semi-árido na forma da imperiosa convivência. Ao invés de uma proposta de acomodação ou de negação da possibilidade do desenvolvimento, a reinterpretação das suas várias dimensões: do sentido ambiental da convivência, da economia da convivência, da convivência como qualidade de vida e da cultura da convivência. Em todos os casos, as mesmas dimensões ou critérios do desenvolvimento sustentável sob a ótica regional, com as cores e formas da paisagem do Semi-árido e da sua gente. Trata-se, segundo o autor, de mais uma transição paradigmática que se vivencia na região, de uma disputa que se abre no campo das idéias, dos experimentos, da formulação e também na execução de políticas públicas. A convivência será, então, uma conquista política que está já sendo construída nos vários espaços de debate e de construção de alternativas para a região. Ao divulgar essa tese, o BNB espera contribuir com os esforços de estudiosos, dos agentes sociais, dos empreendedores econômicos e dos gestores governamentais regionais que buscam novos significados e sentidos para as políticas públicas de desenvolvimento no Semi-árido brasileiro. aÁgua aDesenvolvimento Sustentável aPolíticas Públicas aSeca aCombate à seca aSemi-árido aTransição paradigmática