Registro Completo |
Biblioteca(s): |
Embrapa Soja. |
Data corrente: |
29/09/2008 |
Data da última atualização: |
29/05/2025 |
Tipo da produção científica: |
Resumo em Anais de Congresso |
Autoria: |
HOFFMANN-CAMPO, C. B.; LOURENÇÃO, A. L.; ARIAS, C. A. A.; TOLEDO, J. F. F. de. |
Afiliação: |
CLARA BEATRIZ HOFFMANN-CAMPO, CNPSO; ANDRÉ LUIS LOURENÇÃO; CARLOS ALBERTO ARRABAL ARIAS, CNPSO; JOSÉ FRANCISCO FERRAZ DE TOLEDO. |
Título: |
Resistência de soja a insetos. |
Ano de publicação: |
2008 |
Fonte/Imprenta: |
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 22., 2008, Uberlândia. Ciência, tecnologia e inovação: anais. Viçosa, MG: UFV, 2008. |
Descrição Física: |
1 CD-ROM. |
Idioma: |
Português |
Notas: |
Resumo 2494-1. |
Conteúdo: |
Durante todo o seu desenvolvimento, a soja é atacada por insetos e, apesar do manejo integrado de pragas, que envolve várias tecnologias, como os controles biológico e cultural, o controle químico continua sendo a técnica preferencialmente usada pelos sojicultores brasileiros. Num sistema de manejo integrado de pragas, a utilização de cultivares resistentes tem sido apontada como a solução mais racional para o controle de insetos. Os genótipos fontes de genes para resistência a insetos, como PI 227687, PI 229358 e PI 171451 (Turnipseed & Sullivan, 1976), PI 274454 (Rosseto et al., 1989) e a PI171444 (Gilman et al., 1982) têm sido utilizadas como parentais em cruzamentos para a obtenção de genótipos/linhagens (Embrapa Soja) e cultivares (Instituto Agronômico de Campinas-IAC) com esta característica. Entretanto, o baixo custo do controle químico, aliado ao menor potencial produtivo das cultivares resistentes disponíveis no mercado, comparativamente às não resistentes, restringe os eventuais impactos positivos desse tipo de tecnologia. Por outro lado, a preocupação cada vez maior da sociedade em relação às questões ambientais e de saúde, e o incremento significativo de mercados específicos, como o da soja orgânica e da “soja limpa”, onde o potencial produtivo tem peso menor para o sucesso de uma cultivar, faz com que essa atividade seja mantida em alguns programas públicos de melhoramento. Como resultado desse esforço, o IAC disponibilizou várias cultivares de soja resistentes a insetos, entre elas IAC100, IAC17, IAC18 e IAC-19, e mais recentemente a IAC-24. Essa última apresentou o rendimento médio (14 ambientes) de 3.480 kg/ha (Miranda et al., 2003). Também, a Embrapa possui, em seus ensaios regionais de adaptação e produtividade, linhagens com resistência a insetos com potencial acima de 3.500 kg/ha. Além desses testes regionais, genótipos/linhagens são avaliados no campo e semi-campo (gaiolas e telados), em relação a características agronômicas (produtividade, altura de plantas e de inserção de vagens) e os aspectos ligados à resistência a percevejos (população da praga, qualidade de semente e retenção foliar). Paralelamente, no IAC, além do desenvolvimento de cultivares, aspectos básicos, como os mecanismos de resistência, têm sido estudados tanto para Anticarsia gemmatalis (Fugi et al., 2005) e percevejos sugadores de sementes como para Bemisia tabaci (Valle & Lourenção, 2002). Na Embrapa Soja estuda-se o papel dos metabólitos secundários, em geral compostos fenólicos, na resistência a insetos. Os flavonóides rutina (flavonol), daidzeína, genisteína e gliciteína (isoflavonas), além dos pterocarpanos gliceolinas foram identificados em genótipos de soja. Resultados obtidos indicam que rutina, ausente na maioria das cultivares utilizada nas lavouras no Brasil, mas presente em genótipos como a PI227687, 229358 e IAC-100 (Hoffmann-Campo, 1995), está ligada à resistência da soja à A. gemmatalis (Hoffmann-Campo et al, 2006). Ainda, esse flavonóide não provoca efeitos drásticos em seus inimigos naturais, sugerindo este inclusive que pode quebrar a resistência da lagarta ao seu baculovírus (Piubelli, 2004). Assim, estudos de herança dessa substância foram desenvolvidos, cujos resultados sugerem que existe herdabilidade para o carater e que o mesmo pode ser utilizado como marcador fisiológico no melhoramento para resistência a lagartas. O processo de desenvolvimento de uma cultivar de soja sem valor agregado, em geral, demora mais de 10 anos. O conhecimento dos metabólitos constitutivos e/ou induzidos e suas rotas metabólicas podem permitir avanços importantes, considerando-se que a metabolômica, integra de maneira eficaz e mais rápida, as características genotípicas com as fenotípicas das plantas. Desse modo, a resistência pode ser avaliada de uma maneira não convencional, substituindo muitos testes que, em geral, são anuais e dependentes de ensaios de campo, por análises cromatográficas. Como cada cruzamento dá origem a centenas de descendentes que, em geral, são levados ao campo para testar a sua resistência a pragas, a partir da geração F4, muitos são eliminados antes de se conhecer o seu potencial de defesa. Assim, dezenas de análises cromatográficas podem ser realizadas por dia, a partir da geração F2, em qualquer época do ano, ganhando-se tempo e, consequentemente, agilizando o processo de obtenção de cultivares resistentes. Em relação, a percevejos fitófagos, os resultados indicam o efeito negativo de genótipos com alto teor de isoflavonas, daidzeina e genisteina não somente na preferência alimentar como alguns aspectos biológicos do inseto (Piubelli et al., 2003a). Ainda, a produção de isoflavonas pode ser induzida, pelo ataque dos percevejos, que após sugarem as sementes provocam aumentos significativos na concentração desses compostos (Piubelli et al., 2003b). Assim, com os resultados obtidos pelas intuições brasileiras até o momento, é de se prever que num futuro próximo será disponibilizado um número maior de cultivares resistentes a insetos. Porém, os programas de resistência a pragas têm, ainda, desafios maiores com insetos como a mosca-branca (Bemisia tabaci) e a lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens), cujas populações têm aumentado de forma preocupante e cujo controle, inclusive o químico, é bastante limitado. Adicionalmente, a possível liberação para plantio no Brasil de soja com gene que confere resistência a insetos, oriundo do Bacillus thuringiensis provavelmente vai mudar muito o cenário do controle de pragas no país. MenosDurante todo o seu desenvolvimento, a soja é atacada por insetos e, apesar do manejo integrado de pragas, que envolve várias tecnologias, como os controles biológico e cultural, o controle químico continua sendo a técnica preferencialmente usada pelos sojicultores brasileiros. Num sistema de manejo integrado de pragas, a utilização de cultivares resistentes tem sido apontada como a solução mais racional para o controle de insetos. Os genótipos fontes de genes para resistência a insetos, como PI 227687, PI 229358 e PI 171451 (Turnipseed & Sullivan, 1976), PI 274454 (Rosseto et al., 1989) e a PI171444 (Gilman et al., 1982) têm sido utilizadas como parentais em cruzamentos para a obtenção de genótipos/linhagens (Embrapa Soja) e cultivares (Instituto Agronômico de Campinas-IAC) com esta característica. Entretanto, o baixo custo do controle químico, aliado ao menor potencial produtivo das cultivares resistentes disponíveis no mercado, comparativamente às não resistentes, restringe os eventuais impactos positivos desse tipo de tecnologia. Por outro lado, a preocupação cada vez maior da sociedade em relação às questões ambientais e de saúde, e o incremento significativo de mercados específicos, como o da soja orgânica e da “soja limpa”, onde o potencial produtivo tem peso menor para o sucesso de uma cultivar, faz com que essa atividade seja mantida em alguns programas públicos de melhoramento. Como resultado desse esforço, o IAC disponibilizou várias cultivares de soja resistentes ... Mostrar Tudo |
Thesagro: |
Inseto; Inseto Para Controle Biológico; Resistência; Soja. |
Thesaurus Nal: |
Entomology; Soybeans. |
Categoria do assunto: |
O Insetos e Entomologia |
Marc: |
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Os genótipos fontes de genes para resistência a insetos, como PI 227687, PI 229358 e PI 171451 (Turnipseed & Sullivan, 1976), PI 274454 (Rosseto et al., 1989) e a PI171444 (Gilman et al., 1982) têm sido utilizadas como parentais em cruzamentos para a obtenção de genótipos/linhagens (Embrapa Soja) e cultivares (Instituto Agronômico de Campinas-IAC) com esta característica. Entretanto, o baixo custo do controle químico, aliado ao menor potencial produtivo das cultivares resistentes disponíveis no mercado, comparativamente às não resistentes, restringe os eventuais impactos positivos desse tipo de tecnologia. Por outro lado, a preocupação cada vez maior da sociedade em relação às questões ambientais e de saúde, e o incremento significativo de mercados específicos, como o da soja orgânica e da “soja limpa”, onde o potencial produtivo tem peso menor para o sucesso de uma cultivar, faz com que essa atividade seja mantida em alguns programas públicos de melhoramento. Como resultado desse esforço, o IAC disponibilizou várias cultivares de soja resistentes a insetos, entre elas IAC100, IAC17, IAC18 e IAC-19, e mais recentemente a IAC-24. Essa última apresentou o rendimento médio (14 ambientes) de 3.480 kg/ha (Miranda et al., 2003). Também, a Embrapa possui, em seus ensaios regionais de adaptação e produtividade, linhagens com resistência a insetos com potencial acima de 3.500 kg/ha. Além desses testes regionais, genótipos/linhagens são avaliados no campo e semi-campo (gaiolas e telados), em relação a características agronômicas (produtividade, altura de plantas e de inserção de vagens) e os aspectos ligados à resistência a percevejos (população da praga, qualidade de semente e retenção foliar). Paralelamente, no IAC, além do desenvolvimento de cultivares, aspectos básicos, como os mecanismos de resistência, têm sido estudados tanto para Anticarsia gemmatalis (Fugi et al., 2005) e percevejos sugadores de sementes como para Bemisia tabaci (Valle & Lourenção, 2002). Na Embrapa Soja estuda-se o papel dos metabólitos secundários, em geral compostos fenólicos, na resistência a insetos. Os flavonóides rutina (flavonol), daidzeína, genisteína e gliciteína (isoflavonas), além dos pterocarpanos gliceolinas foram identificados em genótipos de soja. Resultados obtidos indicam que rutina, ausente na maioria das cultivares utilizada nas lavouras no Brasil, mas presente em genótipos como a PI227687, 229358 e IAC-100 (Hoffmann-Campo, 1995), está ligada à resistência da soja à A. gemmatalis (Hoffmann-Campo et al, 2006). Ainda, esse flavonóide não provoca efeitos drásticos em seus inimigos naturais, sugerindo este inclusive que pode quebrar a resistência da lagarta ao seu baculovírus (Piubelli, 2004). Assim, estudos de herança dessa substância foram desenvolvidos, cujos resultados sugerem que existe herdabilidade para o carater e que o mesmo pode ser utilizado como marcador fisiológico no melhoramento para resistência a lagartas. O processo de desenvolvimento de uma cultivar de soja sem valor agregado, em geral, demora mais de 10 anos. O conhecimento dos metabólitos constitutivos e/ou induzidos e suas rotas metabólicas podem permitir avanços importantes, considerando-se que a metabolômica, integra de maneira eficaz e mais rápida, as características genotípicas com as fenotípicas das plantas. Desse modo, a resistência pode ser avaliada de uma maneira não convencional, substituindo muitos testes que, em geral, são anuais e dependentes de ensaios de campo, por análises cromatográficas. Como cada cruzamento dá origem a centenas de descendentes que, em geral, são levados ao campo para testar a sua resistência a pragas, a partir da geração F4, muitos são eliminados antes de se conhecer o seu potencial de defesa. Assim, dezenas de análises cromatográficas podem ser realizadas por dia, a partir da geração F2, em qualquer época do ano, ganhando-se tempo e, consequentemente, agilizando o processo de obtenção de cultivares resistentes. Em relação, a percevejos fitófagos, os resultados indicam o efeito negativo de genótipos com alto teor de isoflavonas, daidzeina e genisteina não somente na preferência alimentar como alguns aspectos biológicos do inseto (Piubelli et al., 2003a). Ainda, a produção de isoflavonas pode ser induzida, pelo ataque dos percevejos, que após sugarem as sementes provocam aumentos significativos na concentração desses compostos (Piubelli et al., 2003b). Assim, com os resultados obtidos pelas intuições brasileiras até o momento, é de se prever que num futuro próximo será disponibilizado um número maior de cultivares resistentes a insetos. Porém, os programas de resistência a pragas têm, ainda, desafios maiores com insetos como a mosca-branca (Bemisia tabaci) e a lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens), cujas populações têm aumentado de forma preocupante e cujo controle, inclusive o químico, é bastante limitado. Adicionalmente, a possível liberação para plantio no Brasil de soja com gene que confere resistência a insetos, oriundo do Bacillus thuringiensis provavelmente vai mudar muito o cenário do controle de pragas no país. 650 $aEntomology 650 $aSoybeans 650 $aInseto 650 $aInseto Para Controle Biológico 650 $aResistência 650 $aSoja 700 1 $aLOURENÇÃO, A. L. 700 1 $aARIAS, C. A. A. 700 1 $aTOLEDO, J. F. F. de
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