04758nam a2200337 a 450000100080000000500110000800800410001902000220006010000220008224500510010426000390015530000160019452038650021065000220407565000200409765000140411765000300413165000310416165000260419265000240421865000180424265000090426065000210426965300080429065300090429865300260430765300180433365300330435165300120438465300240439621352522021-10-12 2021 bl uuuu 00u1 u #d a978-65-00-22069-81 aMAGALHÃES, A. R. aDo sertão ao planalto.h[electronic resource] aBrasília, DF : Ed. Do Autorc2021 a821 p.cil. aEstas estórias foram escritas entre os Natais de 2018 e de 2020. Elas são baseadas na minha experiência de vida. As experiências podem ser parecidas, mas diferem para cada personagem. Até aqui nada de especial. Acho que sempre pensei em escrever. Quando jovem, bem jovem ainda, pensei em organizar a história da minha família. Pensei e até comecei. Não sei aonde foram se meter esses palimpsestos. É até melhor que tenham desaparecido. Quem pode se interessar por isso? Talvez os meus filhos. Talvez algum curioso para conhecer a vida de alguém que nasceu no sertão e se mudou para a cidade grande, sem nunca esquecer, nem se desligar, do torrão natal. Ou alguém que queira se aproximar das suas origens e conhecer melhor a evolução sertaneja. Ou, ainda, talvez, algum curioso maluco, que queira ter mais lampejos sobre o que era a vida no interior do Brasil, no século XX. Histórias pessoais podem fornecer informações sobre costumes e sobre a situação social e econômica em determinada época. No meu caso, acho que tive sorte. Não por escolha, mas sorte mesmo, acaso. As principais coisas na minha vida aconteceram sem que fossem planejadas. No entanto, sempre tive a crença de que devia me preparar para qualquer situação que viesse a aparecer. Não posso dizer que não havia um tema. Pensei sempre no Nordeste, nas secas do sertão, nas pessoas que fizeram parte da minha infância. Mas não sabia, efetivamente, o que fazer. DO SERTÃOAOPLANALTO. O correr da vida me levou a dedicar-me à seca e ao clima, que está no dia a dia do sertão. Clima e seca são os temas mais falados. Cresci acompanhando o meu pai quando ele sondava as nuvens escassas da primeira lua cheia de janeiro, para ver se o próximo ano seria de seca ou de chuva. Essa era a experiência preferida dele e passou também a ser a minha. Aprendi a ficar ligado ao tempo, ao sol a pino, aos redemoinhos de vento e poeira, à chuva benfazeja. Estava sempre sondando o horizonte, onde quer que estivesse. Nuvens escuras significavam tempo bonito, porque trariam chuvas. Assim foi a minha vida. A aprendizagem bancária, o trabalho do Banco do Nordeste, o curso de economia, a dedicação ao planejamento governamental, a vida acadêmica, o envolvimento com temas ambientais, a incursão na comunidade internacional, tudo isso me aproximou, em vez de distanciar-me, dos assuntos da terra seca e estorricada onde minha família se desenvolveu, sofreu, sobreviveu. E eu saí daí. Vou contar como saí. Não foi uma ação calculada, como nada na minha vida, mas foi assim, aconteceu. Pensei que poderia mesclar minha estória com a história do sertão, da sociedade do Semiárido, pelo menos da sociedade da terra onde nasci e cresci. Até o ponto em que o que aconteceu em Canindé seja representativo de outras partes do Semiárido e da Caatinga, penso que seria possível fazer algumas generalizações. Entretanto, o Sertão daquele tempo não existe mais. Verdade é que continuam existindo o Semiárido e a seca, a pobreza e a falta de água. Novas relações sociais se desenvolveram a partir de 1960. As condições são diferentes, a história seguiu o seu caminho. Para isso, precisaria fundamentar-me em literatura confiável e em dados consistentes. Precisaria preparar um bom esquema do que pretenderia fazer e em seguida ligar com a literatura existente, fazer notas, citações, referências, mas acho que não tenho tempo nem disposição. Baseio-me na memória, falsa como ela pode ser. Claro, aqui e ali posso conferir algum dado ou informação. É possível a gente ouvir a narrativa de um mesmo fato por duas ou mais pessoas que podem tê-lo presenciado e achar diferenças. Tudo depende do ângulo. No final, tudo vai confundir-se com a terra e com os seus elementos e vai seguir o seu caminho. Os meus átomos ressurgirão nos vegetais aRural development aRural economics aBiografia aDesenvolvimento Agrícola aDesenvolvimento Econômico aDesenvolvimento Rural aMudança Climática aPobreza Rural aSeca aSociologia Rural aANA aCGEE aHistória da família aNordeste seco aProjeto Aridas e Paz Mundial aSertão aSertão do Canindé