04306nam a2200169 a 450000100080000000500110000800800410001910000230006024500950008326000160017830000110019450001000020552037660030565000190407165300200409065300260411021153602019-11-27 2019 bl uuuu m 00u1 u #d1 aCUNHA, J. A. da S. aPadrões etnobiológicos de aracnídeos (Arachnida, Araneae) do Delta do Parnaíba Brasil. a2019.c2019 a145 f. aTese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade Federal do Piauí, Teresina. aO Delta do Parnaíba é considerado o terceiro maior do mundo, único no Continente Americano a desaguar diretamente no Oceano Atlântico. É uma Unidade de Conservação (UC), cujos espaços de seu território legalmente estabelecidos pelo poder público para a conservação, possui limites definidos e regime característicos de administração, como forma de garantir sua proteção. Pesquisas etnobiológicas são escassas para a região da Área de Proteção Ambiental (APA), fazendo-se necessários estudos que demonstrem o conhecimento etnobiológico, as práticas ambientais, culturais e a realidade socioeconômica das comunidades na região. Objetivou-se investigar, a partir de uma perspectiva etnozoológica, o conhecimento e atitude dos moradores da APA, referente ao meio ambiente, em especial às aranhas, visando fornecer dados que possam contribuir para atividades voltadas a conservação. Os dados foram coletados entre 2016 e 2018 e consistiram em formulário semiestruturado aplicados a 162 moradores residentes nas duas principais Ilhas do Delta do Parnaíba, Ilha Grande e Ilha das Canárias, pertencentes a área de influência da Reserva Extrativista (RESEX) Marinha Delta do Parnaíba, inseridas na APA. Paralelamente, aplicou-se 158 mapas mentais junto aos alunos nas escolas da APA, e, desenvolvidas atividades de educação ambiental voltados a conservação. Os participantes citaram um total de 264 indivíduos, distribuídos em 36 etnoespécies, e 11 famílias de aranhas. O gênero dos entrevistados não influenciou no conhecimento das aranhas. Por outro lado, houve variação significativa quando relacionado à idade e ao nível de escolaridade dos participantes. Mais da metade dos moradores (59%) nomearam pelo menos um comportamento ecológico das aranhas, relacionando-o as suas atividades funcionais. Os entrevistados exibiram uma variedade de atitudes em relação as aranhas, cuja maioria (87%) afirmou apresentar repulsa ao animal caso o encontre, prevalecendo aspectos negativos, com ênfase ao medo (63%) ou a vontade de matá-las (37%). O uso de aranhas pelas comunidades estudadas ainda é restrito, estando relacionado ao caráter terapêutico (66,7%) ou magia (33,3%), em ambos, os entrevistados usam todo o animal. Por meio dos mapas mentais, percebe-se que alunos têm boa noção para descrever as paisagens da APA, entretanto os componentes aparecem dispersos. Os desenhos apontam forte indicativo da ligação afetiva com o ambiente e revelam, também, o modo como percebem o lugar, destacando-se representações de paisagem típica do Delta e seus variados habitats ocupados pelas aranhas. As imagens apresentam certa dualidade entre a percepção naturalista e a inclusão do homem como integrante do meio, demonstrando visão romântica da APA, em que a figura humana é mero observador, como também, expressam as variantes da problemática ambiental, provenientes das intervenções humanas. Percebe-se que o sistema de classificação etnobiológico adotado pelos moradores reflete os saberes relacionados aos aspectos biológico e ecológico, mediante um conjunto de sentimentos, conhecimentos e comportamentos em relação as aranhas, o que pode ser traduzido como um valioso recurso cultural. Foi identificado, também, que uma pequena parcela dos participantes se preocupam com o meio ambiente, com pequenos atos de preservação, necessitando de conscientização e ações mais incisivas por parte dos órgãos locais, no que tange a preservação dos recursos ambientais da APA. A percepção ambiental dos moradores reforça a importância da pesquisa voltada ao conhecimento das comunidades em UCs, visando auxiliar no manejo e programas de educação ambiental voltados a conservação. aBiodiversidade aEtnoaracnologia aPercepção ambiental